Ação do Governo de Angola contra José Eduardo dos Santos é "impensável" - MNE
Luanda
- O ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, considerou hoje
"impensável" qualquer ação do Presidente de Angola, João Lourenço,
contra o líder do MPLA, José Eduardo dos Santos, garantindo que não há
necessidade de cortes com o passado.
Fonte: Lusa
"Não
estamos em nenhum processo de cortar, José Eduardo dos Santos é o
presidente do MPLA, e o MPLA é o partido que suporta o Governo, portanto
seria impensável qualquer ação do Governo contra o presidente do
partido ou tudo o que está associado, essa é uma visão muito simplista",
disse o diplomata em declarações à Lusa e à rádio francesa RFI, à
margem da cimeira entre a União Europeia e a União Africana, que decorre
em Abidjan até quinta-feira.
"Naturalmente, há um novo Presidente,
com uma nova equipa, até dentro do próprio MPLA, eu fui secretário de
Estado durante sete anos e agora sou ministro, mas mais de 50% dos
ministros transitam da equipa anterior", vincou Manuel Augusto.
Sobre as exonerações mais mediáticas,
nomeadamente a da presidente da Sonangol e filha do antigo chefe de
Estado, Isabel dos Santos, o diplomata respondeu que "não estavam [nos
cargos] como filhos, mas como cidadãos", e argumentou que Isabel dos
Santos "não pode ser nem beneficiada nem prejudicada por ser filha" do
antigo Presidente de Angola.
"Se o Presidente quer fazer mudanças na Sonangol, não tinha outra pessoa a mudar a não ser quem estivesse a dirigir, ou seja, não tinha quem mudar senão a engenheira Isabel, mas se fosse outra pessoa, seria outra pessoa a sair", vincou.
Desde que tomou posse, a 26 de setembro,
na sequência das eleições gerais angolanas de 23 de agosto, João
Lourenço procedeu a exonerações de várias administrações de empresas
estatais, dos setores de diamantes, minerais, petróleos, comunicação
social, banca comercial pública e Banco Nacional de Angola,
anteriormente nomeadas por José Eduardo dos Santos.
A exoneração de Isabel do Santos do
cargo de presidente do conselho de administração da petrolífera estatal
Sonangol foi a decisão mais mediática, seguidas da polícia, chefias
militares e Tribunal Constitucional.
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